A professora de dança Aline de Oliveira descobriu a doença aos 27 e encontrou força em seus ritmos preferidos.

Em comemoração ao mês de conscientização do câncer de mama, convidamos seis leitoras para contar suas histórias de superação. Aqui, você conhece a trajetória de Aline Dantas de Oliveira, professora de dança paulistana, de 31 anos, que descobriu o câncer aos 27 e encontrou força focando em seus ritmos preferidos. Confira o depoimento dela:

“Joguei minha corrente de um lado para o outro do pescoço. O cordão bateu em uma superfície mais rígida na pele. Percebi que era um pequeno caroço e agendei a consulta médica: aos 27 anos, fui diagnosticada com câncer de mama. No mês seguinte, fiz mastectomia bilateral para retirar as duas mamas e colocar silicone, o que espantou meu medo de me sentir menos feminina (na verdade, já tinha seios pequenos).

Dois meses mais tarde, iniciei a quimioterapia e, em seguida, a radioterapia. Me lembro que, na época, assistia repetidamente ao DVD I Am… World Tour, da Beyoncé. Aquele mulherão dançando horrores e as letras incríveis me energizavam. Sempre pratiquei muitos estilos – salão, balé clássico, jazz, hip hop, vídeo dance, stiletto –, mas agora gastava toda a energia na recuperação do meu corpo. Nunca passou pela minha cabeça que eu fosse morrer. Meu foco era: o que tenho que fazer para resolver essa situação?

O retorno à dança aconteceu um ano depois do diagnóstico – e aos poucos. Pisar na sala de aula novamente foi uma vitória! Embora me sentisse bastante pesada e cansasse muito mais rápido, existia uma memória muscular e logo me readaptei. Hoje, retomei minha boa forma de antes. Durante o tratamento, a fome triplicou e engordei 10 quilos. Mas quer saber? Preferi manter parte deles porque achei que fiquei mais bonita!”

Boa Forma | Marina Oliveira