Se você não lê os rótulos dos alimentos e não se preocupa com a quantidade de sódio, preste atenção: os brasileiros estão consumindo até o dobro do recomendado. Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma pessoa pode consumir até 2g de sódio por dia, o que equivale a 5g de sal, se for considerado que cerca de 40% do sal é composto de sódio.
Os alimentos industrializados, embutidos e fast-foods são os campeões. Segundo a nutricionista do ambulatório de Nutrição do Hospital Samaritano de São Paulo, Marisa Chiconelli Bailer, “além de conferir sabor aos alimentos, o sódio proporciona a garantia da segurança sanitária, aumentando o prazo de validade dos alimentos e estabelece funções tecnológicas como textura e estrutura dos produtos”.
Marisa reforça que os alimentos ricos em sódio devem ser consumidos com moderação, principalmente enlatados, alimentos industrializados, como caldos de carne e salgadinhos de pacote, refrigerantes, embutidos (linguiça, salsicha, mortadela, presunto), queijos amarelos, macarrão instantâneo, alimentos congelados, queijos, azeitonas, entre outros.
Para solucionar o problema do excesso, a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação, seus parceiros e o Ministério da Saúde assinaram, no início de novembro, mais uma etapa de acordos, com metas e termos, para a redução de sódio nos alimentos, que integram o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis. Essas medidas devem ser adotadas pelas indústrias de 2014 a 2017.
Um termo foi assinado em 2011 e outro em 2012. Somando este último, já são três e a estimativa é de que, até 2020, sejam retirados mais de 20 mil toneladas de sal do mercado.
Uma dieta rica em sódio pode trazer sérias consequências para a saúde, como hipertensão arterial, doenças cardíacas, acidente vascular cerebral conhecido como AVC e até o comprometimento da função renal. Mas, cuidado. A partir do momento em que se reduz a quantidade de sódio dos alimentos, há a inclusão de cloreto de potássio. “O consumo excessivo do cloreto de potássio, conhecido como “sal light” poderá ser prejudicial para a saúde, principalmente em paciente portadores de doenças cardíacas e renais”, explica a nutricionista, que dá a dica para substituir o sódio na alimentação. Segundo ela, “uma maneira simples de reduzir a ingestão de sódio sem prejudicar o sabor das preparações é substituir o sal de cozinha (cloreto de sódio) pelo sal de ervas. Desta forma é possível reduzir em até 75% o consumo de sódio adicionado às preparações”.
Veja como preparar:
Você vai precisar de 100g de sal de cozinha (cloreto de sódio), 100g de salsinha desidratada moída, 100g de manjericão desidratado moído e 100g de orégano desidratado e moído. Misture todos os ingredientes e assim, você terá 400g de sal de ervas.