Igualdade de gênero tem sido um conceito amplamente divulgado e discutido nos últimos anos, principalmente no mercado de trabalho. A luta diária da mulher para mostrar ter a mesma capacidade que qualquer outro funcionário já não é segredo para ninguém. Apesar de conquistas expressivas (como a licença-maternidade de seis meses aprovada pela Comissão de Assuntos Sociais), ainda há muito o que caminhar: mulheres recebem apenas 72,9% do salário de um homem que está no mesmo cargo. Quem deseja ser mãe sofre ainda mais — é comum que contratantes perguntem para candidatas se elas pretendem engravidar num futuro próximo. Além disso, 56% das mulheres brasileiras acreditam que o sucesso após a chegada dos filhos é mais improvável. Por motivos como os acima, é essencial que sua empresa estimule a liderança feminina. Mas como promover a existência de mulheres líderes? E Quais são os benefícios para a empresa? Confira as respostas para essas questões neste post.

Como ocorre a igualdade de gênero nas empresas?

Infelizmente, as políticas para tornar o ambiente mais igualitário no Brasil ainda são bem básicas ― as mulheres sabem de sua existência, mas pouco ou nada sentem de benefícios no dia a dia. Isso ocorre principalmente porque essas ações são mais voltadas ao próprio ambiente corporativo, como o esforço para aumentar a inclusão, e não contemplam outros aspectos da vida da mulher, como licença-maternidade estendida. Além disso, as políticas de inclusão continuam sendo vistas como um esforço vindo apenas do RH, pois os gestores mais altos não enxergam as limitações ainda presentes nas empresas. Uma pesquisa da Faculdade de Negócios de Harvard mostra que o ambiente social também diminui a vontade feminina de gerir. Segundo os resultados, as mulheres não estão em cargos de liderança única e exclusivamente porque não querem. Para elas, a carreira traz mais estresse, responsabilidades e conflitos, que vão sobrecarregá-las ― já que grande parte cuida da casa, do marido e dos filhos, além da vida profissional. Porém, outro estudo, dessa vez da Boston Consulting Group, afirma que as mulheres entram no mercado com tanta ou mais ambição que os homens, mantendo-se inalterada mesmo com a chegada dos filhos ― quem acaba com seus planos de crescimento é o próprio ambiente de trabalho, ou seja, a cultura organizacional. Micro agressões, piadas e falta de oportunidade repetidas cotidianamente minam a vontade feminina de crescer na empresa. Além disso, a percepção de competência feminina cai em 35% quando a mulher decide falar de forma incisiva. No entanto, estudos já comprovam as vantagens da liderança feminina: empresas que equilibram a gestão entre mulheres e homens obtêm mais sucesso financeiro, já que a divisão reflete uma maior diversidade social. Além disso, o público feminino é o mais presente em universidades e cursos ― isso mostra o constante investimento delas na capacitação profissional.

Qual a importância da liderança feminina?

A presença de mais lideranças femininas contribui justamente para contrapor essa suposta “falta de ambição” e evitar outras ocorrências comuns no ambiente de trabalho: comentários passivo-agressivos, agressões veladas, desprezo por sua capacidade intelectual, assédios sexual e moral, medo de demissão por gravidez, falta de oportunidade, questionamentos sobre sua inteligência emocional e, claro, a falta de exemplos a seguir dentro das organizações. Apesar dos dados anteriores, a presença de mulheres em cargos de gerência tende a aumentar. O Brasil mostra que isso é possível: uma pesquisa da Grant Thornton aponta que 16% dos cargos de CEO e diretoria executiva são ocupados por mulheres, contra 12% da média mundial. No entanto, está claro que há muito ainda a se fazer ― é aí que o trabalho do RH torna-se essencial.

Como criar um ambiente mais igualitário?

O estímulo para a liderança feminina vem quando as profissionais de todos os níveis hierárquicos sentem-se tão respeitadas quanto seus colegas homens. Veja como proporcionar esse ambiente.

Investigue usando a pesquisa de clima organizacional

Para entender como as mulheres da empresa se sentem em relação aos homens durante o expediente, utilize uma pesquisa de clima organizacional. O resultado também será importante para descobrir como os homens enxergam a questão é se eles estão cientes do problema.

Adapte a empresa às particularidades femininas

Como pode perceber, essa adaptação vai muito além dos departamentos para denúncias de assédio. As mulheres precisam sentir-se amparadas não só nos momentos ruins, mas também nos bons, como a gravidez. É essencial que a empresa garanta a ela seguridade do seu emprego, para que possa voltar ao cargo não por medo de perdê-lo, mas sim porque ela de fato se sente preparada e motivada para tal.

Torne a diversidade parte da cultura

A igualdade entre gêneros deve vir como parte dos valores e da cultura da organização. O colaborador que entrar na empresa já deve saber que aquele ambiente oferece salário igualitário a ambos os gêneros, não promove comportamentos que possam diminuir a mulher e deve, principalmente, considerar apenas a capacidade profissional como fator de desenvolvimento na carreira.

Conscientize a equipe

Micro agressões acontecem muitas vezes por ignorância, ou seja, desconhecimento do agente causador. Para que essa cultura não faça parte da sua empresa, é importante conscientizar sobre a gravidade que piadas, apelidos constrangedores e comentários com o intuito de diminuir a capacidade da mulher têm. Atitudes de repressão contra mulheres podem acontecer por parte de ambos os sexos, por mais improvável que isso pareça. No entanto, ocorrem muito mais do lado masculino. Convoque os homens para refletirem seus comportamentos dentro e fora da empresa. Campanhas, reuniões, textos e palestras podem ajudar bastante nesse trabalho.

Promova as conquistas femininas

Aproveite as ferramentas de comunicação interna da sua empresa para divulgar as conquistas das mulheres que fazem parte das equipes, como um novo título acadêmico, uma publicação de artigo em revista científica ou uma promoção. Essas colaboradoras podem até dar conselhos sobre como alcançar seus objetivos.

Ofereça opções de desenvolvimento para lideranças femininas

Além desses fatores, mostre para as mulheres que elas são capazes, convidando líderes femininas para desenvolverem suas habilidades. Treinamentos voltados às colaboradoras da empresa vão fazer com que elas se sintam valorizadas e podem ser o pontapé para o aparecimento de novas atitudes dentro da organização. A liderança feminina ainda está engatinhando nas empresas, portanto uma mudança de cultura organizacional é essencial para estimular essa diversidade. É papel do RH valorizar o corpo de trabalho e trazer a igualdade tão necessária no ambiente de trabalho. Como você viu, é de extrema importância estimular a liderança feminina em sua empresa. No entanto, até mulheres em cargos de gestão ainda sofrem com o machismo quando agem de forma mais contundente. 

 

fonte:https://aspectum.com.br/