A massificação da beleza e a falta de valorização da individualidade, desencadeia o impulso por procedimentos exagerados para se encaixar em um padrão estético irreal e que pode trazer muitos malefícios à saúde física e mental, afirma Psicólogo Alexander Bez

 

A busca pelo corpo ideal pode desencadear tristeza, desenvolver transtornos, doenças e fazer com que o indivíduo se prive até mesmo de situações comuns com sair com os amigos ou até mesmo comer, por não aceitar o seu perfil físico. 

 

Ter hábitos saudáveis e praticar exercícios físicos é primordial para mantermos o bem-estar do nosso corpo e mente, porém essa competição de vaidade e a exposição de pessoas perfeitas nas vitrines das redes sociais, torna cada dia mais difícil a aceitação de nossos corpos. 

 

O psicólogo Alexander Bez explica quando a vaidade e os cuidados com o corpo passam de hábitos saudáveis para verdadeiros riscos à suade física e mental.

 

Os procedimentos estéticos são verdadeiros aliados à autoestima de homens e mulheres, eles podem suavizar ou remodelar características que incomodam e que para a pessoa em si faz total diferença, mas quando saber a hora de parar?

 

Querer mudar não deve ser visto como algo ruim, desde que saibamos dosar essa vontade. Se aceitar não quer dizer não querer mudar nada em si mesmo.

 

É preciso entender que mesmo que exista essa busca pela perfeição, tão presente no século 21, ninguém nunca vai atender os padrões estéticos, dessa forma é interessante refletir sobre o assunto e buscar ajuda psicológica para trabalhar a autoestima.  

 

Mas é importante também ressaltar que essa responsabilidade também cabe aos profissionais que realizam os procedimentos. Eles devem sim visar a naturalidade e conversar com o paciente para que não ocorram exageros e riscos à saúde por excessos que podem ser evitados. 

 

Ficar exposto a essa corrida em busca da perfeição pode causar problemas psicológicos? Se sim, quais? 

 

Sim. A corrida pela Perfeição faz parte dos distúrbios obsessivos-compulsivos e do TD (Transtorno Delirante), onde esse faz a pessoa ter o seu conceito da sua imagem corporal já distorcida, antes mesmo em se olhar no espelho.

 

 Imediatamente entra em ação, no cérebro a obsessão, fazendo aumentar exponencialmente as suas ideias recorrentes de possíveis “correções”, essas questões mentais em fração de segundos, que acabam dando respaldos pessoais a esses impulsos incontestáveis. 

 

As principais sintomatologias, serão a depressão, ansiedade, e as próprias manifestações obsessivas-compulsivas. Onde todas juntas desencadeiam uma enorme insatisfação pessoal, justamente pela visão alterada e delirante da sua imagem corporal.

 

Como podemos filtrar as nossas reais necessidades e vontades com a influência exercida pelo padrão de beleza? 

 

É importante refletir e aprender a separar o que é seu desejo das influências externas, e para que isso aconteça é necessário fortalecer a autoestima, essencialmente. A questão é que cada uma precisa se aceitar com ou sem intervenções, e ao mesmo tempo compreender que não há a perfeição em nenhuma instância humana.

Alexander Bez (Psicólogo) – Especialista em Relacionamentos pela Universidade de Miami (UM); Especialista em Ansiedade e Síndrome do Pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA). Atua na profissão há mais 20 anos. 

Instagram: https://www.instagram.com/alexanderbezoficial/